quarta-feira, agosto 03, 2005

Inventário do Património Arquitectónico - Castelo de Rodão / Castelo do Rei Vamba


Castelo de Rodão / Castelo do Rei Vamba

IPA
Monumento

NºIPA
0511040004

Designação
Castelo de Rodão / Castelo do Rei Vamba


Localização

Castelo Branco, Vila Velha de Rodão, Vila Velha de Rodão

Acesso
Ao km. 3 da EM para Vilas Ruivas, por caminho em terra batida, com direcção Sudeste

Protecção
IIP, Dec. nº 45/93, DR 280 de 30 de Novembro 1993 *1

Enquadramento
Rural, situa-se no extremo S. da Serra das Talhadas ou Serra de São Miguel, num cabeço de constituição xistosa coberto por vegetação arbustiva e arbórea, sobranceiro ao Tejo e ao monumento geológico denominado Portas do Rodão. O Castelo implanta-se a 315 m. de altitude no interior do recinto muralhado dominado por um afloramento granítico. A 50 metros, situa-se a Capela de Nossa Senhora do Castelo (v. 0511040013).

Descrição
Recinto muralhado de traçado ovalado irregular; muralha parcialmente desmoronada e constituída por dois panos de cantaria com enchimento ciclópico; vestígios de construções constituídos por pequenos blocos graníticos *2. Torre de Vigia implantada na zona NE., com planta rectangular e volume paralelepipédico, actualmente desprovida de cobertura. O alçado S. tem o primeiro registo cego e, presentemente, apresenta rombo de grandes dimensões. O segundo possui porta em arco quebrado com lintel recto e tímpano com a cruz da Ordem do Templo insculpida, tendo numa das aduelas do arco a marca de canteiro com a forma de S colocado horizontalmente. Alçados N., S., e O. são semelhantes, com o primeiro registo cego e seteira no superior. Os remates encontram-se incompletos. Apresenta o travamento dos cunhais parcialmente destruído. INTERIOR tem o primeiro piso entulhado e a marcação do pavimento do segundo surge no nível do pavimento através de ressalto. Porta coberta com abóbada de berço quebrado, conservando os gonzos em cantaria.

Utilização Inicial
Militar: castelo

Utilização Actual
Marco histórico-cultura: castelo

Propriedade
Pública: estatal

Afectação
Sem afectação

Época de Construção
Séc. 12

Arquitecto / Construtor / Autor
Desconhecido.

Cronologia
Séc. 7 - lendária edificação do castelo pelo monarca visigodo Vamba; séc. 11 / 12 - hipotética construção de castelo ou atalaia, talvez sobre pré-existências castrejas, por iniciativa dos Templários; a torre subsistente poderá tratar-se apenas de uma torre de vigia ou também de uma torre de menagem; 1199 - doação da Herdade da Açafa aos Templários por D. Sancho; 1505 - cerca de pedra e barro, derrubada em partes; séc. 18, meados - utilização do castelo como base de artilharia para protecção da passagem do Tejo; construção de baterias na encosta *3; séc. 19, início - reconstrução do castelo e preparativos para a 1ª Invasão Francesa, por iniciativa do Marquês de Alorna; 1999, Agosto - Câmara Municipal de Castelo Branco, IPPAR e IPA apostam na recuperação do Castelo do Rei Vamba e zona envolvente, nomeadamente as muralhas; 2004, Junho - projecto de arranjo exterior pela Câmara Municipal; Julho - projecto de consolidação e reabilitação da torre e muralhas, pela DREMC.

Tipologia
Arquitectura militar, medieval. Recinto muralhado de traçado ovalado irregular, com torre de vigia de planta rectangular, com porta a nível do segundo piso, em arco quebrado com tímpano liso, que servia de protecção da linha do Tejo, mais precisamente das portas do Ródão. Seteiras simples no segundo registo dos restantes alçados.

Características Particulares
Diminuição da espessura murária em função da altura. Porta com a cruz da Ordem do Templo insculpida.

Dados Técnicos
Paredes portantes em alvenaria de granito argamassada, travada por cunhais em silharia de granito (torre); paredes autoportantes em alvenaria de granito e xisto argamassada (muralhas).

Materiais
Estrutura da torre em alvenaria e cantaria de granito argamassada; estrutura das muralhas em alvenaria de granito e xisto argamassada.

Bibliografia
COSTA, António Carvalho da, Corographia Portugueza, Lisboa, 1706 / 1712; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; PROENÇA JÚNIOR, Francisco Tavares, Archeologia do Distrito de Castelo Branco - 1ª Contribuição para o seu Estudo, Leiria, 1910; BEJA, Humberto, Castelos de Portugal, os Castelos da Beira Histórica, Porto, 1922; VEIGA, Duarte, Castelos e Monumentos Militares das Beiras, in Boletim da Casa das Beiras, Lisboa, 1939, nºs 11 - 12; SOROMENHO, Paulo Caratão, Lendário Rodanense, in Revista de Portugal, 1965, série A, vol. XXX; HENRIQUES, Francisco, Património Artístico Ignorado - Notável Frontal de Altar do Séc. XVII em Vila Velha de Rodão, in Beira Baixa, Castelo Branco, 30 Abril, 1974; SALVADO, António, Elementos para um Inventário Artístico do Distrito de Castelo Branco, Castelo Branco, 1976; SANTOS, Valdez, A Ocupação Francesa de Junot segundo documentos existentes no Arquivo Histórico e Militar, in Boletim do Arquivo Histórico Militar, Lisboa, 1977, vol.36; MONTEIRO, J. Pinho e GOMES, Mário Varela, Os Menhires da Charneca do Vale Sobral ( Nisa ), in Revista de Guimarães, Guimarães, 1978, vol. LXXXVII; ALMEIDA, José António Ferreira de, dir., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; HORMIGO, José Joaquim M., Plantas de Povoações da Beira Baixa (séc. XVIII), Lisboa, 1980; NUNES, António Lopes Pires, Torres de Vigia da Beira Baixa, in I Congresso sobre Monumentos Militares Portugueses ( Vila Viçosa ), Lisboa, 1982; HORMIGO, José Joaquim M., A Beira Baixa vista por Artistas Estrangeiros ( Séc.s XVIII-XIX ), Castelo Branco, 1983; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, Lisboa, 1984; GOMES, Rita Costa, Castelos da Raia. Beira, vol. I, Lisboa, 1997; Jornal do Fundão, 20 Agosto 1999.

Documentação Gráfica
DGEMN: DSID

Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID

Documentação Administrativa
DGEMN: DSID

Intervenção Realizada
CMVVR / Associação de Altos Estudos do Tejo: 2000 / 2001 - sondagem arqueológica no castelo.

Observações
*1 - classificação conjunta com a Capela de Nossa Senhora do Castelo (v. 0511040013). *2 - extramuros observam-se vestígios superficiais de fragmentos cerâmicos. *3 - na encosta virada para o Tejo, no sítio denominado por Batarias, existiam vestígios de baterias (Pinho Leal, Duarte Veiga).

Autor e Data
Margarida Conceição 1994

Actualização
Maria Fernandes 2005

Este documento foi-nos enviado por Nuno António.

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