| Castelo de Rodão / Castelo do Rei Vamba
IPA Monumento
NºIPA 0511040004
Designação Castelo de Rodão / Castelo do Rei Vamba
Localização Castelo Branco, Vila Velha de Rodão, Vila Velha de Rodão
Acesso Ao km. 3 da EM para Vilas Ruivas, por caminho em terra batida, com direcção Sudeste
Protecção IIP, Dec. nº 45/93, DR 280 de 30 de Novembro 1993 *1
Enquadramento Rural, situa-se no extremo S. da Serra das Talhadas ou Serra de São Miguel, num cabeço de constituição xistosa coberto por vegetação arbustiva e arbórea, sobranceiro ao Tejo e ao monumento geológico denominado Portas do Rodão. O Castelo implanta-se a 315 m. de altitude no interior do recinto muralhado dominado por um afloramento granítico. A 50 metros, situa-se a Capela de Nossa Senhora do Castelo (v. 0511040013).
Descrição Recinto muralhado de traçado ovalado irregular; muralha parcialmente desmoronada e constituída por dois panos de cantaria com enchimento ciclópico; vestígios de construções constituídos por pequenos blocos graníticos *2. Torre de Vigia implantada na zona NE., com planta rectangular e volume paralelepipédico, actualmente desprovida de cobertura. O alçado S. tem o primeiro registo cego e, presentemente, apresenta rombo de grandes dimensões. O segundo possui porta em arco quebrado com lintel recto e tímpano com a cruz da Ordem do Templo insculpida, tendo numa das aduelas do arco a marca de canteiro com a forma de S colocado horizontalmente. Alçados N., S., e O. são semelhantes, com o primeiro registo cego e seteira no superior. Os remates encontram-se incompletos. Apresenta o travamento dos cunhais parcialmente destruído. INTERIOR tem o primeiro piso entulhado e a marcação do pavimento do segundo surge no nível do pavimento através de ressalto. Porta coberta com abóbada de berço quebrado, conservando os gonzos em cantaria.
Utilização Inicial Militar: castelo
Utilização Actual Marco histórico-cultura: castelo
Propriedade Pública: estatal
Afectação Sem afectação
Época de Construção Séc. 12
Arquitecto / Construtor / Autor Desconhecido.
Cronologia Séc. 7 - lendária edificação do castelo pelo monarca visigodo Vamba; séc. 11 / 12 - hipotética construção de castelo ou atalaia, talvez sobre pré-existências castrejas, por iniciativa dos Templários; a torre subsistente poderá tratar-se apenas de uma torre de vigia ou também de uma torre de menagem; 1199 - doação da Herdade da Açafa aos Templários por D. Sancho; 1505 - cerca de pedra e barro, derrubada em partes; séc. 18, meados - utilização do castelo como base de artilharia para protecção da passagem do Tejo; construção de baterias na encosta *3; séc. 19, início - reconstrução do castelo e preparativos para a 1ª Invasão Francesa, por iniciativa do Marquês de Alorna; 1999, Agosto - Câmara Municipal de Castelo Branco, IPPAR e IPA apostam na recuperação do Castelo do Rei Vamba e zona envolvente, nomeadamente as muralhas; 2004, Junho - projecto de arranjo exterior pela Câmara Municipal; Julho - projecto de consolidação e reabilitação da torre e muralhas, pela DREMC.
Tipologia Arquitectura militar, medieval. Recinto muralhado de traçado ovalado irregular, com torre de vigia de planta rectangular, com porta a nível do segundo piso, em arco quebrado com tímpano liso, que servia de protecção da linha do Tejo, mais precisamente das portas do Ródão. Seteiras simples no segundo registo dos restantes alçados.
Características Particulares Diminuição da espessura murária em função da altura. Porta com a cruz da Ordem do Templo insculpida.
Dados Técnicos Paredes portantes em alvenaria de granito argamassada, travada por cunhais em silharia de granito (torre); paredes autoportantes em alvenaria de granito e xisto argamassada (muralhas).
Materiais Estrutura da torre em alvenaria e cantaria de granito argamassada; estrutura das muralhas em alvenaria de granito e xisto argamassada.
Bibliografia COSTA, António Carvalho da, Corographia Portugueza, Lisboa, 1706 / 1712; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; PROENÇA JÚNIOR, Francisco Tavares, Archeologia do Distrito de Castelo Branco - 1ª Contribuição para o seu Estudo, Leiria, 1910; BEJA, Humberto, Castelos de Portugal, os Castelos da Beira Histórica, Porto, 1922; VEIGA, Duarte, Castelos e Monumentos Militares das Beiras, in Boletim da Casa das Beiras, Lisboa, 1939, nºs 11 - 12; SOROMENHO, Paulo Caratão, Lendário Rodanense, in Revista de Portugal, 1965, série A, vol. XXX; HENRIQUES, Francisco, Património Artístico Ignorado - Notável Frontal de Altar do Séc. XVII em Vila Velha de Rodão, in Beira Baixa, Castelo Branco, 30 Abril, 1974; SALVADO, António, Elementos para um Inventário Artístico do Distrito de Castelo Branco, Castelo Branco, 1976; SANTOS, Valdez, A Ocupação Francesa de Junot segundo documentos existentes no Arquivo Histórico e Militar, in Boletim do Arquivo Histórico Militar, Lisboa, 1977, vol.36; MONTEIRO, J. Pinho e GOMES, Mário Varela, Os Menhires da Charneca do Vale Sobral ( Nisa ), in Revista de Guimarães, Guimarães, 1978, vol. LXXXVII; ALMEIDA, José António Ferreira de, dir., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; HORMIGO, José Joaquim M., Plantas de Povoações da Beira Baixa (séc. XVIII), Lisboa, 1980; NUNES, António Lopes Pires, Torres de Vigia da Beira Baixa, in I Congresso sobre Monumentos Militares Portugueses ( Vila Viçosa ), Lisboa, 1982; HORMIGO, José Joaquim M., A Beira Baixa vista por Artistas Estrangeiros ( Séc.s XVIII-XIX ), Castelo Branco, 1983; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, Lisboa, 1984; GOMES, Rita Costa, Castelos da Raia. Beira, vol. I, Lisboa, 1997; Jornal do Fundão, 20 Agosto 1999.
Documentação Gráfica DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica DGEMN: DSID
Documentação Administrativa DGEMN: DSID
Intervenção Realizada CMVVR / Associação de Altos Estudos do Tejo: 2000 / 2001 - sondagem arqueológica no castelo.
Observações *1 - classificação conjunta com a Capela de Nossa Senhora do Castelo (v. 0511040013). *2 - extramuros observam-se vestígios superficiais de fragmentos cerâmicos. *3 - na encosta virada para o Tejo, no sítio denominado por Batarias, existiam vestígios de baterias (Pinho Leal, Duarte Veiga).
Autor e Data Margarida Conceição 1994
Actualização Maria Fernandes 2005
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